Médicos pedem cassação de Hiago Morandi e Daiane Mello por vídeo na UPA Central

Em 23/09/2025
por Jornalismo Vanguarda FM

Documento acusa vereadores de abuso de autoridade, quebra de decoro e crimes contra a honra.

Um pedido de cassação contra os vereadores Hiago Morandi (PL) e Daiane Mello (PL) foi protocolado na manhã desta segunda-feira (22) na Câmara de Caxias do Sul. A denúncia é assinada pelos médicos Bruno Rossi Bertassi e Laura Bedin Rocetto, com apoio da advogada Amanda Martins de Castro Bernardes. O caso será analisado pelo plenário já nesta terça-feira (23).

Entenda o episódio

A iniciativa dos médicos está ligada a um vídeo gravado em 3 de setembro e publicado no dia 4 nas redes sociais de Hiago e Daiane. Nas imagens, os parlamentares aparecem fiscalizando a UPA Central, onde entraram no alojamento de descanso médico com a porta fechada. No local, havia apenas uma cama desarrumada, e os vereadores insinuaram que os profissionais poderiam estar tendo relações sexuais.

No pedido de cassação, os médicos ressaltam que o alojamento é o único disponível para descanso da categoria, sem divisão entre homens e mulheres, e afirmam que a sugestão de possível relação sexual partiu unicamente da interpretação feita pelos vereadores diante da cama desarrumada mostrada no vídeo.

Argumentos dos médicos

No documento de 24 páginas, os médicos explicam que, no momento da gravação, já haviam atendido pacientes das salas amarela e vermelha (áreas de casos graves) e estavam em horário de descanso, direito garantido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Eles afirmam que o alojamento é o único disponível para médicos na unidade, sem separação por gênero, e denunciam que a ação dos vereadores foi motivada por sensacionalismo e promoção pessoal.

Além das insinuações feitas no vídeo, os profissionais relatam a presença dos cônjuges dos vereadores e de um assessor de Hiago, que estaria armado. A denúncia enquadra os parlamentares em abuso de autoridade, quebra de decoro, exercício ilegítimo do poder e crimes contra a honra. Para os autores, o episódio “coloca em risco a confiança no sistema de saúde”.

Defesa dos vereadores

Hiago Morandi afirmou que vai continuar realizando fiscalizações, “cumprindo o dever de vereador”. Sobre o assessor armado, explicou que ele é policial da reserva, possui porte legal e que a arma faz parte da rotina profissional. O parlamentar também justificou a presença da esposa, dizendo que ela circulou apenas em áreas comuns, sem prejudicar os atendimentos.

Já Daiane Mello declarou que seguirá atuando em fiscalizações, por entender que esse é o papel da vereadora, e informou que as denúncias levantadas no vídeo foram encaminhadas ao Ministério Público e à prefeitura.

Por: Henrique Barbosa